Acessibilidade
Quando falamos em acessibilidade no universo editorial, costuma-se associar mais facilmente o tema aos livros digitais, para os quais já existem diversas diretrizes, como o EPUB Accessibility 1.0, o WCAG (Web Content Accessibility Guidelines) e as orientações do DAISY Consortium, que estabelecem parâmetros para navegação, leitura em voz alta, marcação de estrutura, contraste e outros elementos de design acessível.
No entanto, também no livro impresso infantil a acessibilidade precisa ser considerada com atenção, pois interfere diretamente na experiência de leitura e compreensão da criança. Aspectos como formato do livro, contraste entre fundo e texto, tamanho e tipo de fonte têm papel fundamental nesse processo.



O livro negro das cores explora a acessibilidade ao convidar leitores a perceber as cores por meio do tato, do cheiro e do som. Com texto em Braille, imagens em relevo e contrastes de alto impacto, amplia as possibilidades sensoriais de leitura e estimula outras formas de experimentar a narrativa. Este premiado livro inovou, ao contar a sua história em Braile através da utilização de verniz UV espessurado e localizado. Permitiu aos leitores ver ou sentir o seu conteúdo. Foto: Divulgação. Disponível em: https://uvartesgraficas.com/project/o-livro-negro-das-cores/
Cabe ao designer editorial, nesse contexto, mediar decisões gráficas e levar informações qualificadas a autores e ilustradores. Muitas vezes, ilustradores ou autores podem propor, por exemplo, fontes muito pequenas para valorizar a área de ilustração, mas sem considerar que o corpo tipográfico influencia diretamente a percepção da letra pela criança em fase de alfabetização, podendo prejudicar a leitura e ferir princípios básicos de acessibilidade.
Outro fator determinante para a legibilidade está na presença de caracteres ambíguos. Algumas fontes tornam caracteres como “I” (i maiúsculo) e “l” (ele minúsculo) idênticos, ou ainda confundem a letra “O” com o número zero (0), criando barreiras para a leitura. Em uma fonte acessível, a distinção entre esses sinais deve ser clara e inequívoca.
Para textos impressos, estudos apontam que a população adulta se beneficia de tamanhos de fonte entre 9 e 12 pontos (LIDWELL, 2010, p.148), sendo aceitáveis tamanhos menores apenas em legendas ou notas de rodapé. Em materiais destinados a crianças em fase de alfabetização — especialmente considerando seu processo de reconhecimento de letras — recomenda-se ainda maior atenção ao corpo tipográfico, evitando fontes excessivamente pequenas, pois isso pode comprometer a leitura fluente e acessível.

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Bem lá no alto, por Susanne Strasser (texto e ilustração)