Bibliodiversidade
O termo bibliodiversidade refere-se à diversidade de livros reunidos em um acervo, contemplando múltiplas linguagens, conteúdos, temas e estilos. Essa variedade é essencial para a formação de um universo cultural mais amplo e estimulante, garantindo às crianças o acesso a diferentes tipos e gêneros de livros, em variados formatos, suportes materiais, técnicas de ilustração, estilos literários, épocas e níveis de complexidade (Amaral; Baptista; Sá, 2021, p. 21).


Amanhã, de Lúcia Hiratsuka, entrelaça memórias e culturas, valorizando a representatividade e a bibliodiversidade na literatura infantil.
A bibliodiversidade envolve também a amplitude temática, incluindo aspectos culturais, étnicos, raciais e de gênero, assegurando representações plurais e inclusivas. Carrasco (2014, p. 40) observa que “para que os leitores desfrutem desses materiais e ponham neles sua atenção e sua emoção, devemos assegurar que esses livros sejam de qualidade. Bibliodiversidade e qualidade são os dois requisitos básicos na construção de bibliotecas para a primeira infância.” Assim, um acervo bibliodiverso amplia as possibilidades de encontro, descoberta e ampliação das experiências humanas, oferecendo às crianças oportunidades mais ricas e significativas de leitura e formação cultural.
No contexto do livro ilustrado infantil, a representatividade torna-se central para a construção de experiências leitoras inclusivas e significativas. Esse princípio valoriza a diversidade em múltiplas dimensões, contemplando diferentes gêneros de livros (literários e informativos), variadas técnicas de ilustração e a pluralidade de vozes na autoria e na produção editorial. Destaca-se ainda a relevância de garantir personagens e contextos narrativos que reflitam diferentes gêneros, nacionalidades, regionalidades, temporalidades e pertencimentos étnico-raciais.


Amanhã, de Lúcia Hiratsuka, entrelaça memórias e culturas, valorizando a representatividade e a bibliodiversidade na literatura infantil.
A literatura, entendida como expressão artística e de subjetividades humanas, constitui um direito de todos, desempenhando papel fundamental na ampliação de repertórios simbólicos e culturais. Seu caráter estético desloca a linguagem habitual, despertando encantamento, fomentando a imaginação e possibilitando o exercício da empatia (Amaral; Baptista; Sá, 2021). Por isso, assegurar acervos de qualidade e diversidade torna-se um compromisso inadiável para estimular o interesse pela leitura e garantir oportunidades equitativas de acesso.Nesse sentido, a bibliodiversidade — entendida como a multiplicidade de títulos, autores, temas e abordagens — representa um requisito essencial (Pimentel, 2016). A qualidade temática, como ressalta Paiva (2016), manifesta-se não apenas na variedade de assuntos, mas no modo como esses conteúdos dialogam com os interesses, as vivências e os contextos socioculturais das crianças. Para Altamarino (2015, p. 40), bibliodiversidade e qualidade são elementos indispensáveis na construção de bibliotecas infantis que verdadeiramente estimulem a atenção, a emoção e a imaginação dos pequenos leitores.


Foto de divulgação do livro Fevereiro, de Carol Fernandes. Disponível em: https://www.bancatatui.com.br/produtos/fevereiro/

Mamamóvel, de Lucy Catchpole (texto) e Karen George (ilustração). Lucy Catchpole é uma pesoa que usa cadeira de rodas em tempo integral e uma voz atuante na comunidade PCD.

A cor de Coraline, de Alexandre Rampazo. A partir de uma pergunta simples — “me empresta o lápis cor de pele?” — a narrativa mostra que não há uma única cor que represente a todos, mas muitas.