Cor
A escolha da paleta de cores de uma obra, ou da composição de uma página, bem como os efeitos de luz e sombra das imagens, podem ser importantes recursos que contribuem com a produção de sentidos ou com estados emocionais dos personagens e dos leitores. Apesar da importância da paleta de cores na obra, vale ressaltar que, nem sempre, a escolha de uma cor está atrelada ao sentido que ela pode trazer. (AMARAL et al., Texto, imagem, suporte, 2021.)


No livro A visita, de Antje Damm, o ambiente da casa — inicialmente cinzento, frio e sombrio — vai sendo gradualmente preenchido por camadas de cor à medida que o pequeno visitante se aproxima e interage com a protagonista. A cor, aqui, não é apenas elemento estético, mas também recurso narrativo fundamental, sinalizando visualmente a abertura da personagem ao afeto, ao vínculo e à possibilidade de mudança.
Subitulo
Crianças são leitoras de imagem, essa leitura precede a leitura das palavras, sendo assim, oferecer livros que tenham ilustrações de qualidade contribuem para que a criança adquira conhecimento sobre a linguagem visual, como “a forma, a textura, o traço, o ritmo, o cromatismo, as maneiras de usar a cor para representar o volume ou a luz, a composição, a perspectiva etc.” (COLOMER, 2017, p. 268).


O monstro das cores, de Anna Llenas
De acordo com Faust (apud RAMOS et al, 2008), o uso da cor também ocupa papel central, pois o colorido dos livros dá à criança ‘o prazer do jogo visual’, despertando sua curiosidade. Coelho (apud RAMOS et al, 2008) acrescenta que a paleta de cores para o público infantil deve conter tons vivos e contrastantes. Mas como se, viu a depender da história, isso nem sempre procede.
A cor exerce tríplice ação: a de impressionar a retina, a de expressar sentimentos e a de construir, pois comunica ideias. A coloração não deve ser encarada apenas como um recurso, mas, acima de tudo, como um procedimento de linguagem e de expressão, e sua mensagem deve produzir sentido. Para Oliveira (2008, p. 50) ―a cor é um dos elementos constitutivos da imagem narrativa que possui o maior poder emotivo e evocativo.


Lá fora, de André Neves, explora a descoberta das cores e suas possibilidades narrativas em uma história sobre mudança e liberdade.