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Leiturabilidade

Vai além da simples identificação de letras e palavras e está relacionada à facilidade de compreensão do texto como um todo, envolvendo aspectos linguísticos e cognitivos. Ela abrange fatores como a estrutura das frases, a escolha do vocabulário, a organização e coerência das ideias, a fluidez do discurso e a adequação ao público-alvo. Um texto leiturável apresenta vocabulário e sintaxe compatíveis com as habilidades do leitor, respeita progressões lógicas e promove uma leitura agradável, sem exigir esforço excessivo de interpretação. Assim, enquanto a legibilidade cuida da percepção visual, a leiturabilidade garante que a mensagem seja compreendida de forma clara e eficiente.

Muito cansado e bem acordado, de Susanne Strasser

Decisões tipográficas no design para o público infantil

O trabalho do designer envolve uma série de decisões que vão muito além da simples escolha de uma fonte “bonita” ou “adequada”. Cada escolha tipográfica — da família de tipos ao corpo, do espaçamento entre letras e linhas à disposição do texto na página — interfere diretamente na legibilidade e na leiturabilidade da obra, especialmente quando o leitor está em processo de aquisição da leitura e da escrita. Nesse contexto, o designer gráfico precisa considerar variáveis como a fase de letramento do público-alvo (pré-leitor, leitor iniciante ou leitor fluente), a escolha entre fontes com ou sem serifa, bastão ou cursiva, e o grau de distinção entre letras semelhantes, como “i” e “l”. Também entram em jogo a opção por caixa alta, caixa baixa ou versalete e seus impactos sobre a legibilidade, o tamanho do corpo tipográfico em relação ao formato da página e à densidade de texto, além da harmonia entre texto e imagem, evitando sobreposições ou interferências visuais. Por fim, a composição da mancha gráfica — com margens, espaçamentos e zonas de respiro bem planejadas — é essencial para guiar o olhar da criança e proporcionar uma leitura fluida e confortável.

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No livro Mamãe zangada, de Jutta Bauer, é possível notar que a letra a tem um desenho muito semelhante ao o. Diferentemente do “a de dois andares”, cuja forma é mais distinta e facilmente diferenciada do o, essa fonte com pouca variação pode gerar confusão, principalmente em crianças em fase de alfabetização ou em pessoas com baixa visão.

© 2025 por FREITAS, F. A.; CORRÊA, G. R.

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