Guarda
As folhas de guarda têm como função principal fixar o miolo do livro à capa dura, garantindo maior resistência e durabilidade ao conjunto. Além de cumprir esse papel estrutural, elas também podem exercer uma função estética e narrativa. Nos livros ilustrados, muitas vezes as guardas são pensadas como espaços narrativos, trazendo elementos gráficos ou visuais que complementam, reforçam ou até desafiam as hipóteses do leitor sobre a história.


Capa e folha de guarda do livro Os Vizinhos, de Einat Tsarfati, composta por ilustrações de diferentes portas misturadas a caixas de correio, reforçando o tema central da obra: a curiosidade sobre quem habita cada apartamento e os segredos guardados atrás de cada entrada.
Além dos livros de capa dura, o espaço entre a capa e a folha de rosto vem sendo cada vez mais explorado também em brochuras ou livros de encadernação tipo canoa (grampeados). Essas áreas funcionam como verdadeiras guardas, guardando a história contida no miolo do livro. São espaços de pausa, silêncio e anúncio do que está por vir, preparando o leitor para a narrativa. (Amaral; Baptista; Sá, 2021, p. 47)
Nesse contexto, vale destacar a chamada falsa folha de guarda, também conhecida como frontispício ou falsa folha de rosto, que aparece logo após a capa e antes da folha de rosto propriamente dita. Essa página costuma ser em branco ou conter apenas informações básicas, como o título e o nome do autor, cumprindo tanto funções estruturais quanto estéticas no projeto editorial.

Folha de quarda da edição especial de Matilda, com texto de Roald Dahl e ilustrações de Quentin Blake